Excesso de ferro faz mal ao coração
Pesquisa recente comprova que o excesso de ferro no sangue dobra a possibilidade de um ataque cardíaco.
Poucos minerais são tão importantes para o organismo quanto o ferro, responsável, por exemplo, pelo transporte de oxigênio dos pulmões até as células. Em excesso, porém, o ferro se torna mais perigoso que o colesterol para o coração.
Sob suspeita há vários anos, esse fato pode ter sido comprovado na prática por um estudo recente do epidemiologista finlandês Jukka Salonen, da Universida de Kuopio. Quando a concentração de ferro no sangue sobe acima de 200 microgramas por litro, dobra a possibilidade de um ataque do coração.
É o que mostram os dados colhidos por Salonen e sua equipe desde 1984 em 1931 homens de idade mediana. Na verdade, a concentração de 200 micro-gramas refere-se à ferritina, molécula responsável pelo armazenamento do ferro no sangue e outras partes do corpo. Se a concentração de ferritina cresce 1 %, dizem os pesquisadores, a possibilidade de ataque cardíaco cresce 4%.
Assim se entende, por exemplo, a curiosa proteção da aspirina contra ataques do coração: ela promove pequenas hemorragias internas, o que elimina o excesso de ferro. Da mesma forma, a perda de sangue periódica por meio da menstruação dá às mulheres jovens uma proteção que os homens não podem ter. Essa, pelo menos, é a interpretação de Jerome Sullivan, da Faculdade de Medicina da Carolina do Sul, Estados Unidos.
O primeiro a chamar a atenção para o problema, há dez anos, ele elogia o esforço de Salonen. "É a primeira vez que se investiga o acúmulo de ferro como fator de risco." Sua teoria é que esse mineral estimula a formação de radicais livres, moléculas pequenas e quimicamente muito ativas. Os radicais, por sua vez, levam à formação de um colesterol mais eficiente que o colesterol comum - quando se trata de entupir artérias, primeiro passo para o ataque cardíaco. Por enquanto, trata-se apenas de uma teoria.
O finlandês Salonen forneceu os primeiros dados que a comprovam, mas é preciso que sejam multiplicados muitas vezes antes de se pensar em medidas preventivas contra o excesso de ferro. Mas Sullivan acha que não custa nada começar a conter, desde já, o apetite por certos alimentos, como cereais. "A menos que tenham anemia, acredito que os adultos devem evitar suplementação de ferro."
Fonte: http://super.abril.com.br
Molécula de hemoglobina. A porção verde é a fração "heme", que contém ferro.
DIAGNÓSTICO
A recomendação da AASLD (Associação Americana para o Estudo de Doenças do Fígado) para o diagnóstico da hemocromatose hereditária é um algoritmo que leva em consideração as características e o alto custo dos exames (o estudo genético custa cerca de US$ 2.700) para detectar o maior numero possível de doentes. Este algoritmo de 3 passos começa com a detecção daqueles com acumulo de ferro, depois com a confirmação genética e posteriormente avalia o grau de lesão de órgãos.
Devem ser investigados (AASLD) | |
Sintomáticos | Manifestações inexplicáveis de doença hepática ou com alteração dos exames indiretos de ferro |
Diabetes mellitus tipo 2 com hepatomegalia, alteração de enzimas hepáticas, doença cardíaca ou disfunção sexual precoce | |
Doença articular atípica precoce, cardiopatia e disfunção sexual masculina | |
Assintomáticos | Parentes de primeiro grau de indivíduos com hemocromatose |
Alteração dos exames indiretos de ferro em exames de rotina | |
Elevação de enzimas hepáticas, hepatomegalia ou aumento da atenuação do fígado em tomografia |
DIAGNÓSTICO DA HEMOCROMATOSE PASSO A PASSO
EVOLUÇÃO CLINICA
A doença inicia-se com o acumulo lento e insignificante de ferro no organismo (0-5 g). Em um segundo estagio, já ha excesso de ferro (10-20 g) que, se não tratado, pode levar a lesão de órgãos, geralmente apos 40 anos de idade e mais que 20 g de ferro acumulado. Nosso objetivo, portanto, é detectar estes pacientes antes da terceira fase. Felizmente, marcadores indiretos do ferro acumulado permitem o diagnostico precocemente e prevenir o aparecimento da doença.
O depósito contínuo de ferro no fígado desencadeia um processo inflamatório, o desenvolvimento de fibrose e, com o tempo, a fibrose pode evoluir para cirrose e o surgimento de hepatocarcinoma (especialmente na homozigoze C828Y).
TRATAMENTO
O tratamento utilizado globalmente, de eficácia comprovada, relativamente barato e praticamente inócuo é a flebotomia(sangria) periódica, ou seja, a retirada de sangue. As células vermelhas do sangue contem hemoglobina, da qual o ferro é componente importante (normalmente, 70% do ferro no nosso organismo está concentrado na hemoglobina). Com a retirada periódica de sangue (nos pacientes com ferritina sérica > 1.000 ng/ml, geralmente uma bolsa de sangue por semana, com nova dosagem de ferritina a cada 4 a 8 semanas), ocorre o deslocamento do ferro depositado nos tecidos para a formação de novas moléculas de hemoglobina, até que não há mais excesso (no início do tratamento, definido como ferritina sérica menor ou igual a 20 ng/ml). Depois, são realizadas novas flebotomias em intervalos variáveis procurando manter o valor de ferritina sérica menor ou igual a 50 ng/ml. Com esses cuidados, não costuma surgir anemia significativa durante o tratamento e a evolução da doença é interrompida, não levando a progressão das lesões nos órgãos-alvo.
Molécula de hemoglobina. A porção verde é a fração "heme", que contém ferro.
Outra opção de tratamento, usada especialmente nos que não toleram a flebotomia pela presença de anemia, é a quelação (uso de medicação que se une a íons metálicos e é eliminada do organismo). O único agente quelante utilizado disponível até há pouco tempo era a desferrioxamina (DFO), medicação usada por via endovenosa geralmente com uma bomba de infusão, pois a aplicação deve ser feita lentamente (entre 8 a 12 horas) ou por via subcutânea. Apesar dos benefícios, a medicação é tóxica, levando a irritação no local da aplicação, deformidades ósseas, retardo no crescimento de crianças e efeitos neurotóxicos visuais e auditivos.
Recentemente, a deferiprona (ferriprox®) e o deferasirox (exjade®) foram introduzidos como opções mais acessíveis, pela sua administração oral, eficácia comparável à desferrioxamina e menor índice de efeitos colaterais. No entanto, pode levar a efeitos colaterais como agranulocitose, leucopenia, artralgia, náuseas e vômitos, dor abdominal e hepatotoxicidade, não sendo portanto uma opção razoável à flebotomia nos pacientes sem contra-indicação a esse procedimento.
Agora é só aguardar meu próximo post onde eu contarei como está indo meu tratamento para Hemocromatose.
Niveis normais:
Homens : 30 a 323 ng/ml
Mulheres : 12 a 150 ng/ml
Niveis normais:
Homens : 30 a 323 ng/ml
Mulheres : 12 a 150 ng/ml
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