quinta-feira, 30 de junho de 2011

Homens fora de forma que trabalham demais estão mais propensos a morrer do coração



Estudo dinamarquês analisou 5.000 homens e foi publicado na revista 'Heart'

Getty
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Obesidade e trabalho pode não ser uma boa combinação
Se você está acima do peso, atenção: homens fora de forma que trabalham mais de 45 horas por semana estão mais propensos a morrer de doenças cardíacas do que aqueles que estão dentro do peso ideal. Pelo menos essa é a conclusão de uma pesquisa realizada na Dinamarca e publicada nesta terça-feira na revista especializada Heart.
Durante a pesquisa, foram analisados 5.000 dinamarqueses entre 40 e 59 anos. Aqueles que trabalhavam entre 41 e 45 horas semanais apresentaram 60% mais chances de morrer de doenças cardíacas. 
O efeito foi ainda mais devastador quando os pesquisadores analisam a condição física dos entrevistados. Os que estavam acima do peso e trabalhavam mais de 40 horas apresentaram duas vezes mais chances de morrer. 
De acordo com os coordenadores da pesquisa, os homens em forma lidam melhor com uma longa jornada de trabalho. “A conclusão do nosso estudo sugere que aqueles que trabalham muito devem sempre estar em forma”, afirmou Andreas Holtermann, do National Research Centre for the Working Environment. Segundo ele, o exercício físico pode ser um bom aliado. 
Fonte:http://veja.abril.com.br/

quarta-feira, 29 de junho de 2011

CARDIOPATAS E A GRIPE "A"

GRIPE A PORTADORES DE DOENÇAS CARDIACAS DEVEM REDOBRAR OS CUIDADOS


Um dos perfis de pacientes incluídos no grupo de risco da gripe A é o de portadores de doenças cardíacas. Embora não estejam entre a maioria dos acometidos pelo vírus H1N1, o paciente cardiopata, quando contaminado, apresenta chances maiores de ter graves complicações.
“Os mecanismos de defesa em determinadas cardiopatias podem estar naturalmente deprimidos em função da própria doença de base, em especial quando a esta se associa à ocorrência de diabetes, uma patologia que frequentemente compromete a imunidade. Portadores de cardiopatias crônicas, como insuficiência cardíaca, também ficam mais vulneráveis”, afirma o cardiologista José César Briganti, presidente da Regional São Carlos da SOCESP, na gestão 2008 -2009.
As consequências da gripe A nesses pacientes podem ser desde uma evolução benigna à progressão de um quadro de pneumonia, com um posterior agravamento, se instalada uma síndrome de insuficiência respiratória, e até a morte.
Os cuidados preventivos são os mesmos: lavar as mãos constantemente, evitar locais com grande concentração de pessoas e aeração ineficiente, evitar o contato das mãos com olhos, boca e nariz antes de higienizá-las adequadamente e objetos de manuseio constante, como maçanetas, telefones etc.
“Um procedimento aconselhável a esses pacientes é que, como fazem parte do grupo de risco, quando começar a apresentar sinais sugestivos da doença, procure imediatamente seu médico que, por já o acompanhar, avaliará com mais precisão a necessidade de utilizar medicação específica. Esse é o grande diferencial: quanto antes iniciar a medicação indicada, melhor o prognóstico”, alerta Briganti.

No entanto, o médico ressalta que é preciso chamar atenção para o fato de que, embora esses pacientes estejam incluídos no grupo de risco, há casos bastante graves em indivíduos mais jovens, entre 20 e 50 anos, sem fatores de risco.
“Há uma hipótese de que a população acima de 60 anos já tenha entrado em contato com um vírus semelhante em algum momento da sua vida pregressa e, por isso, desenvolvido algum grau de imunidade. O vírus da gripe espanhola, que no pós-primeira guerra mundial dizimou no mundo todo grande número de pessoas, é um dos que apresentam características parecidas ao atual, mas isto ainda circula no terreno das hipóteses”, afirma dr. Briganti.
Fonte: Acontece Comunicação e Notícias - Brunna Soares ou Monica Kulcsar

terça-feira, 21 de junho de 2011

Com o coração nas mãos

As doenças cardíacas são a principal causa de
morte no país, com 300.000 vítimas fatais a
 
cada ano.
Está ao alcance de todos evitá-las

Principal causa de óbitos no país, as doenças cardiovasculares matam 300.000 brasileiros por ano, o equivalente à população de uma cidade como Florianópolis, capital de Santa Catarina. Desses males, o mais comum é o infarto. Ele sobrevém quando há obstrução de um ou mais vasos sanguíneos e o coração deixa de ser suficientemente irrigado em certas áreas. Sem o oxigênio transportado pelo sangue, os tecidos atingidos necrosam e tornam-se inativos. Dependendo da extensão do estrago, a função cardíaca pode ser inteiramente comprometida, levando à morte do paciente. O infarto é repentino e costuma manifestar-se sob a forma de uma dor aguda no peito e nas costas, acompanhada de formigamento nos braços, suadouro e respiração ofegante. Mas está longe de ser uma ocorrência imprevista. Por trás de um ataque, há invariavelmente uma longa história de descaso com os fatores que mais ameaçam o coração – a hipertensão, o colesterol alto, o diabetes e o tabagismo. Todos podem ser mantidos sob controle.
Nada é mais pernicioso à saúde do coração que a hipertensão – uma pressão arterial acima dos padrões normais. Medi-la significa determinar o impacto do fluxo de sangue sobre as artérias. A pressão é máxima quando o músculo cardíaco se contrai e bombeia sangue para o resto do organismo. E mínima entre um batimento e outro, no momento em que o coração relaxa. A pressão ideal é uma máxima de 12 e uma mínima de 8 (os números referem-se ao marcador de mililitros de mercúrio do aparelho que o médico coloca no seu braço numa consulta). Quando ela alcança 14 por 9 ou mais, o diagnóstico é de hipertensão. Ou seja, o sangue está circulando com uma velocidade e uma força além das que seriam recomendáveis. Por que isso causa danos? Imagine uma estrada em que veículos pesados trafegam em velocidade acima da permitida. É natural que o asfalto não resista. O sinal mais visível desse desgaste são os buracos que surgem na pista. Pois bem, o mesmo acontece com as artérias de um hipertenso. Submetidas a impacto muito grande, as paredes arteriais sofrem uma erosão que resulta na formação de sulcos. Está aberto, dessa maneira, o caminho para o depósito de gorduras que causam infarto. A hipertensão também pode arrebentar uma artéria – a isso se dá o nome de derrame.
Os hipertensos brasileiros somam cerca de 18 milhões de pessoas. Um terço não sabe que está doente. Outro terço sabe, mas não se trata. Mais um dado dramático: no Brasil, a medição da pressão arterial é adotada como rotina em apenas 30% das consultas. Ainda assim, de cada dez aparelhos em uso, seis estão descalibrados – o que induz a erro de diagnóstico. A hipertensão tem um forte componente hereditário. A herança genética, no entanto, pode vir a não se manifestar caso sejam adotados hábitos saudáveis. Um deles é não exagerar no consumo de sal. Poucos povos adoram tanto um saleiro quanto o brasileiro. O consumo nacional per capita chega a absurdos 12 gramas diários. De acordo com o estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), essa quantidade não deveria ultrapassar os 2 gramas. Sal em excesso retém líquido e, conseqüentemente, aumenta o volume de sangue nas artérias. Com isso, a pressão sobe. Domar o stress também é vital – a tensão e a ansiedade intensificam a produção de substâncias que danificam as artérias.


Cirurgia cardíaca: no Brasil, a chance de vida de um operado quintuplicou desde a década de 70


O colesterol é um dos compostos mais importantes para o bom funcionamento do organismo. Trata-se de uma lipoproteína que serve de matéria-prima na produção de hormônios e de vitamina D. Seu excesso no sangue, contudo, representa um tremendo perigo. Como o organismo não dá conta de processar grandes quantidades do colesterol ruim, o LDL, o excedente circula pelo sangue até encontrar um buraco em alguma artéria – onde se acumula e pode causar obstrução. Dietas ricas em gorduras são um prato cheio para o aumento dos níveis de LDL. A substância é encontrada sobretudo em alimentos de origem animal, como carne vermelha, leite e derivados, ovos etc. Falou-se em colesterol ruim porque existe um colesterol bom, o HDL, que funciona como uma espécie de desentupidor. Ele recolhe as gorduras grudadas nas paredes arteriais e as despeja no fígado, onde são processadas e eliminadas. Ao lado de uma dieta balanceada, a prática regular de exercícios físicos tende a baixar as concentrações de LDL e a aumentar as de HDL. Recentemente, foram descobertos dois aliados de peso na luta contra o colesterol ruim. O primeiro deles é o ômega 3, um ácido graxo que vem sendo adicionado a leites e margarinas. O outro é uma substância chamada atorvastatina cálcica, que, ao reduzir em até 30% os níveis de colesterol, se transformou numa das vedetes da indústria farmacêutica e só deve ser tomado com indicação médica.
A inatividade física está associada a 35% das doenças cardiovasculares fatais. Concorre, por exemplo, para o desenvolvimento da obesidade e do diabetes. Quase 9 milhões de brasileiros, entre 30 e 69 anos, são diabéticos. Metade deles não sabe que está doente. O diabetes caracteriza-se pela incapacidade (total ou parcial) de o pâncreas produzir insulina, o hormônio que serve de chave para a glicose, principal fonte de energia do organismo, entrar nas células. O excesso de glicose no sangue escava a parede das artérias e facilita o depósito de gordura nos vasos sanguíneos, tal como se verifica na pressão alta.
Muita gente pensa que problemas cardíacos são quase que exclusividade masculina. É um equívoco. Com a emancipação feminina, aumentou exponencialmente o número de mulheres com distúrbios cardíacos. Na década de 60, para cada vítima feminina de doenças cardiovasculares havia nove masculinas. Hoje, a proporção é de uma para três. Depois da menopausa, o quadro torna-se ainda mais sombrio. Isso porque elas perdem a proteção do estrógeno, o hormônio sexual feminino por excelência, cuja produção cai com o climatério. Vilão no câncer, o estrógeno ajuda a impedir o acúmulo de colesterol ruim nas artérias. Por isso, é importante que as mulheres também passem a cuidar da saúde do coração desde cedo.
Ao mesmo tempo que enfatiza a prevenção, a medicina avança no tratamento das pessoas que sofrem um ataque cardíaco. Um infartado que consegue ser atendido em um pronto-socorro até seis horas depois da crise tem 95% de chance de sobreviver. No campo das cirurgias de desobstrução de artérias e implantação de pontes de safena e mamárias, as conquistas foram enormes nos últimos vinte anos. Na década de 70, de cada dez operados apenas dois continuavam vivos passado um ano da realização da cirurgia. Hoje, esse número situa-se na casa dos 90%. Mas é sempre bom ter em mente o lado negativo de tais estatísticas. O coração é um órgão do formato de uma pêra, tem em média 300 gramas de peso e pulsa 90.000 vezes ao longo de 24 horas. A cada minuto, distribui de 5 a 6 litros de sangue oxigenado por todo o corpo. Com o tempo, é normal que haja um endurecimento das artérias. Completamente dispensável é contribuir para o aceleramento dessa marcha.


O que se diz, o que é verdade e o que não é
Vinho tinto faz bem ao coração
O estudo de Harvard, citado no quadro das páginas anteriores, menciona o consumo moderado de vinho tinto como fator de prevenção. O vinho tinto começou a chamar a atenção dos cardiologistas no início da década de 90. Não é a bebida em si que ajuda o coração, mas os flavonóides, pigmentos naturais encontrados na casca da uva rosa. Eles reduzem as taxas decolesterol ruim no sangue. Os médicos, no entanto, não se sentem à vontade em receitar bebidas alcoólicas – afinal, elas podem causar outros males. Por via das dúvidas, fique com o suco de uva natural. Tem o mesmo efeito


Bebidas alcoólicas, em geral, evitam infartos
Esqueça. Nenhum estudo científico comprovou os benefícios do etanol, o álcool etílico utilizado nas bebidas, como substânciacapaz de dilatar veias e artérias, o que facilitaria o fluxo sanguíneo. Ao contrário. Em excesso, o etanol aumenta o risco de hipertensão


Café é um perigo
Sem dúvida. A cafeína é um estimulante e, como tal, funcionacomo vasoconstritor. Consumida em excesso, promove a contração das veias e artérias, dificultando a circulação sanguínea. Além disso, aumenta os batimentos do coração. Quem toma muito café está sujeito a sofrer de pressão alta ou de arritmia cardíaca


Sal faz mal
O consumo exagerado de sal é um dos principais fatores de risco de hipertensão. O perigo aumenta porque poucos sabem que existe o "sal invisível", aquele que já está contido naturalmente em muitos alimentos


Alimentos ricos em fibras ajudam na prevenção
Como não são digeridas nem absorvidas pelo organismo, as fibrasfuncionam como uma espécie de meio de transporte para os resíduos. Ao estimular o funcionamento dos intestinos, cereais integrais, verduras, legumes e frutas ajudam a baixar os níveis de colesterol ruim, o LDL. Isso porque as moléculas de LDL se grudam às fibras e são eliminadas nas fezes. Recomenda-se oconsumo diário de 16 gramas de fibras – o equivalente a 250 gramas de espinafre


O que importa é a intensidade do exercício físico
Mais importante que o vigor da atividade física é a regularidade com que ela é praticada. O coração agradece a quem faz ginástica, no mínimo, três vezes por semana, em sessões de meia hora cada uma. Os melhores exercícios são os aeróbicos – como caminhada, bicicleta ou natação. Regular, a ginástica pode aumentar a concentração do colesterol bom no sangue e baixar os níveis do colesterol ruim
Suplementos vitamínicos ajudam a manter a saúde do coração
Na virada das décadas de 80 e 90, os suplementos vitamínicos foram anunciados como os maiores aliados da boa saúde. Seriam capazes de combater de unha fraca a câncer. Com o tempo, viu-se que não era bem assim. No que diz respeito ao coração, o que se tem por certo é que o ácido fólico e as vitaminas B6 e B12, encontradas em verduras, frutas e carnes, ajudam a manter os níveis normais de homocisteína. Em grandes quantidades, esse aminoácido pode lesionar a parede das artérias, facilitando o depósito de placas de gordura
Fotos Jorge Butsem/Antonio Ribeiro Pedro Rubens/Claudio Pinheiro




Quando uma artéria entope...Lesões nas paredes dos vasos que irrigam o coração servem de depósito para placas de gordura. O acúlumo dessas placas pode bloquear o fluxo sanguíneo...e quando ela se rompe...A foto abaixo capta uma hemorragia no momento do infarto. A pressão alta provoca erosão nas paredes internas dos vasos sangüíneos. Em alguns casos, eles estouram

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Será que estou realmente me cuidando?


Estudo mostra que infartados não sabem cuidar do coração

19/06/2011 09:55
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha entre os dias 15 de dezembro de 2010 e 25 de janeiro de 2011, em seis capitais brasileiras, inclusive Salvador, mostrou que, mesmo as pessoas que  sofreram  infarto, ignoram a doença.
Outro dado impressionante mostra que, apesar de ter visto a morte de perto, poucos conseguiram mudar definitivamente os hábitos de vida como fumar, ingerir sal e gordura, além de sair do sedentarismo.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Jorge Ilha, o infartado deveria ser o maior conhecedor da chamada Síndrome Coronariana Aguda (SCA) para evitar que ela volte a acontecer. "O paciente que não se cuidar vai sofrer novamente com o entupimento da artéria e com esse mal responsável por 30% das mortes do País", ressalta o médico.
Para ele, um dos maiores responsáveis por esse desconhecimento da população que já viveu a SCA é a ausência de um acompanhamento sistemático e constante após o infarto. "Geralmente, o paciente é atendido por várias equipes, que estabilizam o quadro de saúde. No momento de manter o acompanhamento, as consultas - principalmente no Sistema Único de Saúde - são feitas de acordo com a disponibilidade do dia e não segue a lógica de determinar um único  médico para fazer o acompanhamento", diz.
O representante dos cardiologistas admite que não é fácil conseguir criar uma estratégia para garantir o vínculo entre o médico e paciente e a mudança dos hábitos da população, mas é preciso lutar por isso. Para tanto, ele cita o exemplo da Finlândia, que perdeu o recorde de país com maior índice de Síndrome Coronariana Aguda e alcançou metas invejáveis, com um programa de educação para saúde à longo prazo.
A Síndrome Coronariana Aguda é o termo técnico para descrever uma série de doenças causadas pela diminuição do fluxo sanguíneo para o coração, a exemplo do infarto e da  angina. Na maioria das vezes, essa síndrome é resultado de um entupimento das artérias, provocado pelo acúmulo de placas de gordura, colesterol, cálcio, entre outros. Com o tempo, essas placas impedem que sangue flua normalmente ou ainda rompem a parede arterial formando coágulos que impedem que o sangue chegue até o coração.
Entre os maiores fatores de risco para a SCA estão o diabetes, o colesterol alto, tabagismo, pressão alta, obesidade e sedentarismo. Além disso, o consumo abusivo de sal também contribui para o agravamento do quadro. Jorge Ilha ressalta que, embora a maioria das pessoas temam a obesidade e a pressão alta, o tabagismo e o colesterol  são fatores ainda mais graves para desencadeamento das doenças do coração que, no Brasil, vitimam muito mais que os cânceres.
O presidente da Sociedade de Cardiologia também chama a atenção para o fato de que antigos mitos sobre o músculo cardíaco estão sendo esclarecidos. Um dos mais significativos diz respeito às mulheres. "É sabido que a mulher infarta menos quando ainda tem atividade hormonal, porque ela conta com essa proteção natural, no entanto, a reposição hormonal não garante a proteção e seu uso pode ter conseqüências piores para o coração", explica o médico.
Ele lembra que a Sociedade de Cardiologia vem realizado - em conjunto com o Ministério da Saúde - uma verdadeira cruzada de conscientização sobre os efeitos danosos do sal. "Por ser o conservante mais barato que existe, a indústria alimentícia abusa do produto, esquecendo o impacto que ele tem na saúde da população", finaliza.
Fonte Correio