terça-feira, 13 de março de 2012

CALOR E EXERCICIOS CUIDADO!!!


Olha o calor!
Os dias ensolarados de verão são um convite para os exercícios ao ar livre. Porém, certos cuidados são imprescindíveis se você quer enfrentar altas temperaturas a salvo de problemas que vão de cãibras a infartos
      

Nada mais agradável do que correr à beira-mar apreciando a paisagem e sentindo a brisa refrescante. Só que nem o frescor marinho é capaz de evitar por muito tempo os efeitos do calorão nesta época do ano — além do desconforto, a saúde pode ficar seriamente abalada. É que qualquer atividade física praticada nos horários mais quentes do dia dificulta à beça a perda de calor pela transpiração, especialmente se houver muita umidade.
Ora, o corpo já está superaquecido de cara, em razão do clima, e fica ainda mais quente em função do exercício propriamente dito. A consequência é uma grande perda de água e sais minerais, que dá origem a encrencas de toda sorte. Para ter uma ideia, pesquisadores da Universidade Estadual de Chicago, nos Estados Unidos, checaram a reação da musculatura a exercícios puxados sob uma temperatura acima dos 30 graus. No estudo, os voluntários correram nessas condições e, depois de um descanso em que foram proibidos de tomar água, fizeram testes de força. Resultado: seus músculos sedentos exibiram menor poder de fogo do que quando estavam hidratados.
“A desidratação afeta o funcionamento da musculatura. Aí, a pessoa pode ter entorses por não controlar o corpo adequadamente”, afirma Paulo Roberto Santos-Silva, fisiologista do Grupo de Medicina do Esporte do Hospital das Clínicas de São Paulo. Afinal, a água e os sais minerais que se vão com o suor atuam nos músculos. E, com esses dois componentes em falta, as pernas não respondem como deveriam, culminando em tropeços e quedas que, não raro, levam a uma torção no tornozelo, por exemplo.
Esse desequilíbrio de água e sais minerais também provoca dolorosas cãibras — contrações musculares involuntárias. Além disso, quando o termômetro dispara, pequenos problemas, como um edema — uma região inchada —, acabam mascarados. “Com isso, uma lesão menor pode ser agravada sem que a pessoa perceba”, alerta a ortopedista Ana Paula Simões, do Grupo de Trauma do Esporte da Santa Casa da Misericórdia de São Paulo
Não é só o aparelho locomotor que sofre com a dobradinha calor e atividade física. Se, apesar do sol escaldante, a pessoa teima em não fazer uma única pausa no treino, podem ocorrer situações mais graves. O primeiro a baquear é o coração. “Exercícios em ambientes muito quentes fazem com que ele bata mais acelerado, o que pode ser complicado se a pessoa já tiver algum problema”, diz Ricardo Vivacqua Cardoso Costa, do Departamento de Ergometria e Reabilitação Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia, no Rio de Janeiro.

Até mesmo quem nunca teve problemas cardíacos sai prejudicado. De novo, por trás está a transpiração excessiva, que faz perder sais minerais — ora, eles são importantíssimos porque ajudam a regular os batimentos do principal músculo do corpo. “Na falta deles, e sobretudo sem o potássio, aumenta o risco de uma arritmia”, exemplifica Paulo Zogaib, fisiologista da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp. Isso sem contar que a eliminação exagerada de água pela sudorese tem o poder de — pasme! — gerar um coágulo. Se ele vai parar no coração, o perigo é de um infarto. E, caso o tal coágulo chegue ao cérebro, um acidente vascular cerebral dá as caras.
Ainda bem que é possível prevenir tudo isso. Basta respeitar algumas recomendações básicas. “Nos dias extremamente quentes, tente não se exercitar entre as 8 e as 18 horas”, ensina Santos-Silva. Assim, você força menos seu organismo. Também é fundamental manter-se bem hidratado. A recomendação dos especialistas é tomar pelo menos um copo de água a cada 20 minutos de malhação. Só assim o sistema de termorregulação — responsável pela temperatura do corpo — fica estável, impedindo o superaquecimento. E sempre, mas sempre mesmo, busque a orientação de um profissional.
Seguir essas estratégias não significa abrir mão de observar os sinais que o corpo emite quando ultrapassou os próprios limites. “O primeiro deles é a boca seca. Nesse caso, interrompa a atividade e beba mais água”, recomenda Emerson Silami Garcia, coordenador do Grupo de Termorregulação e Mecanismos de Fadiga da Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG). Outro aviso de que o momento de parar já ficou para trás são as tonturas. “Elas acontecem quando a circulação sanguínea não consegue mais suprir a demanda do restante do organismo enquanto ele está se exercitando. Então, sobra pouco sangue para o cérebro”, esclarece Zogaib. De resto, é só evitar tecidos sintéticos — eles não absorvem o suor e impedem que a pele respire — e sair por aí curtindo as delícias do verão de uma maneira pra lá de recomendável em condições adequadas de temperatura. Ou seja, praticando atividade física.
Só 20% da energia produzida pelo corpo é convertida em movimento. O restante se transforma em calor

RESPEITE O TEMPO
Quando os indicadores do clima ultrapassarem os valores abaixo, evite praticar qualquer atividade física
CALOR            UMIDADE*
30,0  ………….   ºC 90%
31,1  ………….   ºC 80%
32,2  ………….   ºC 70%
33,3  ………….   ºC 60%
34,4  ………….   ºC 55%
35,6  ………….   ºC 45%
36,7  ………….   ºC 40%

FONTE: SERVIÇO NACIONAL DE METEOROLOGIA DOS ESTADOS UNIDOS. * Site Revista Saúde ! Ed Dezembro 2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário