segunda-feira, 20 de junho de 2011

Será que estou realmente me cuidando?


Estudo mostra que infartados não sabem cuidar do coração

19/06/2011 09:55
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha entre os dias 15 de dezembro de 2010 e 25 de janeiro de 2011, em seis capitais brasileiras, inclusive Salvador, mostrou que, mesmo as pessoas que  sofreram  infarto, ignoram a doença.
Outro dado impressionante mostra que, apesar de ter visto a morte de perto, poucos conseguiram mudar definitivamente os hábitos de vida como fumar, ingerir sal e gordura, além de sair do sedentarismo.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Jorge Ilha, o infartado deveria ser o maior conhecedor da chamada Síndrome Coronariana Aguda (SCA) para evitar que ela volte a acontecer. "O paciente que não se cuidar vai sofrer novamente com o entupimento da artéria e com esse mal responsável por 30% das mortes do País", ressalta o médico.
Para ele, um dos maiores responsáveis por esse desconhecimento da população que já viveu a SCA é a ausência de um acompanhamento sistemático e constante após o infarto. "Geralmente, o paciente é atendido por várias equipes, que estabilizam o quadro de saúde. No momento de manter o acompanhamento, as consultas - principalmente no Sistema Único de Saúde - são feitas de acordo com a disponibilidade do dia e não segue a lógica de determinar um único  médico para fazer o acompanhamento", diz.
O representante dos cardiologistas admite que não é fácil conseguir criar uma estratégia para garantir o vínculo entre o médico e paciente e a mudança dos hábitos da população, mas é preciso lutar por isso. Para tanto, ele cita o exemplo da Finlândia, que perdeu o recorde de país com maior índice de Síndrome Coronariana Aguda e alcançou metas invejáveis, com um programa de educação para saúde à longo prazo.
A Síndrome Coronariana Aguda é o termo técnico para descrever uma série de doenças causadas pela diminuição do fluxo sanguíneo para o coração, a exemplo do infarto e da  angina. Na maioria das vezes, essa síndrome é resultado de um entupimento das artérias, provocado pelo acúmulo de placas de gordura, colesterol, cálcio, entre outros. Com o tempo, essas placas impedem que sangue flua normalmente ou ainda rompem a parede arterial formando coágulos que impedem que o sangue chegue até o coração.
Entre os maiores fatores de risco para a SCA estão o diabetes, o colesterol alto, tabagismo, pressão alta, obesidade e sedentarismo. Além disso, o consumo abusivo de sal também contribui para o agravamento do quadro. Jorge Ilha ressalta que, embora a maioria das pessoas temam a obesidade e a pressão alta, o tabagismo e o colesterol  são fatores ainda mais graves para desencadeamento das doenças do coração que, no Brasil, vitimam muito mais que os cânceres.
O presidente da Sociedade de Cardiologia também chama a atenção para o fato de que antigos mitos sobre o músculo cardíaco estão sendo esclarecidos. Um dos mais significativos diz respeito às mulheres. "É sabido que a mulher infarta menos quando ainda tem atividade hormonal, porque ela conta com essa proteção natural, no entanto, a reposição hormonal não garante a proteção e seu uso pode ter conseqüências piores para o coração", explica o médico.
Ele lembra que a Sociedade de Cardiologia vem realizado - em conjunto com o Ministério da Saúde - uma verdadeira cruzada de conscientização sobre os efeitos danosos do sal. "Por ser o conservante mais barato que existe, a indústria alimentícia abusa do produto, esquecendo o impacto que ele tem na saúde da população", finaliza.
Fonte Correio

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